Bets lideram investimentos em publicidade na TV em agosto
Você reparou como as casas de aposta dominaram os comerciais na TV em agosto? Segundo a Tunad, o setor destinou mais de R$ 91,7 milhões a inserções na televisão aberta e por assinatura na cidade de São Paulo — valor que coloca as bets no topo dos investimentos publicitários no mês.
Em julho o líder havia sido o setor de medicamentos; em agosto as bets assumiram a ponta, seguida por:
- Telecomunicações: R$ 81,6 milhões
- Streaming: R$ 78,6 milhões
- Veículos: R$ 58,1 milhões
- Capitalização: R$ 57,1 milhões
Nenhuma marca de apostas aparece entre as cinco que mais gastaram individualmente, o que mostra que o investimento foi pulverizado entre vários operadores. Em volume de inserções, o setor ficou em 3º lugar com 9,4 mil exibições — atrás de streaming (15 mil) e colchões (12 mil).
O projeto de lei que pode restringir a propaganda de apostas (PL 2.985/2023)
O substitutivo aprovado pelo Senado em maio traz regras rígidas para anúncios de apostas e pode alterar profundamente a presença do setor na mídia.
Principais pontos:
- Proibição de veiculação durante transmissões ao vivo de eventos esportivos.
- Vedação à exibição de cotações (odds) dinâmicas em transmissões ao vivo, salvo em sites/apps dos operadores licenciados.
- Proibição de publicidade em suportes impressos e de impulsionamento fora dos horários permitidos.
- Proibição do uso da imagem de atletas, artistas, comunicadores, influenciadores, autoridades e membros da comissão técnica; ex-atletas só podem fazer publicidade após cinco anos de aposentadoria.
- Proibição de patrocínio a árbitros e membros da arbitragem.
- Vedação ao uso de elementos dirigidos ao público infanto-juvenil (mascotes, animações, personagens).
- Proibição de programas que ensinem ou incentivem apostas.
- Proibição de contatos promocionais sem consentimento expresso do destinatário.
- Publicidade estática/eletrônica em estádios proibida, com exceções para patrocinador oficial, naming rights ou um anunciante por uniforme.
Regras de horário e plataformas:
- TV aberta, TV por assinatura, streaming, redes sociais e internet: veiculação permitida entre 19h30 e 24h.
- Rádio: permitido das 9h às 11h e das 17h às 19h30.
- Em transmissões esportivas ao vivo, veiculação proibida nos 15 minutos anteriores ao início e nos 15 minutos após o término.
- Publicidade em sites/apps cujo acesso seja voluntário pode ser veiculada a qualquer hora.
- Chamadas que anunciam transmissões entre 21h e 6h podem exibir marcas desde que não incentivem apostas, não mostrem odds/cotações/bônus e respeitem classificação indicativa.
- Promoções em redes sociais só para maiores de 18 anos autenticados.
Aviso obrigatório e uniformes:
- Todo anúncio deve exibir a frase: Apostas causam dependência e prejuízos a você e à sua família.
- O substitutivo não proíbe a exibição de marcas de apostas em uniformes; patrocínios em camisas continuam possíveis, com limites previstos.
Reação dos clubes e do mercado
Clubes brasileiros reagiram com um manifesto contra a proposta: para muitos, patrocínios de casas de aposta são receitas relevantes. Houve pressão pública antes da votação no Senado. Ao mesmo tempo, executivos mencionam acordos entre Conar e governo para monitorar anúncios — uma tentativa de fiscalização mais próxima. Projetos semelhantes tramitam também em assembleias estaduais, como a de São Paulo, o que mostra que o tema ganhou força nas esferas locais e nacionais.
Movimentos e novidades do setor
- Tatuí abre credenciamento para empresas lotéricas: a prefeitura busca operadores para ampliar serviços locais — oportunidade para quem atua no segmento.
- BGaming renova o slot Bonanza Trillion: atualização para manter o interesse de jogadores e atrair novos públicos.
- SOFTSWISS e combate à lavagem de dinheiro: especialista da empresa fará palestra sobre prevenção no iGaming — tema relevante para compliance e operações.
- SBC Summit Lisboa: presença da NGX (concorrendo a prêmio de inovação) e da Zenith (com soluções para a América Latina), fortalecendo o intercâmbio de ideias e parcerias na região.
Monitoramento, fiscalização e o futuro da publicidade
O setor vive tensão entre o crescimento dos investimentos em anúncios e a pressão por regras mais rígidas. Mudanças regulatórias podem impactar contratos, patrocínios e estratégias de marketing. Operadores, agências e clubes precisam acompanhar de perto decisões legislativas e discussões de autorregulação para ajustar campanhas e modelos de negócio.